Acabei de ver uma postagem da minha primeira prof de teatro. Lembrou-me um dia em que eu saí da aula de dança e não parava de chover.. estava com guarda chuva, mas preferi simplesmente não abrí-lo. E então eu via pessoas correndo em todas as direções, até que comecei a me ver, leve, em paz, com as gotas geladas me tocando ao cair. Só faltou dançar pela rua! Talvez seja nostálgico mesmo. Mas na verdade pra mim está entre o melancólico e o ápice do preenchimento que sou capaz de sentir. O desenho das gotas e as direções, cor cinzenta, o cheio úmido, a brisa gelada, o som acalentador. E hoje, aquela figura se misturava a janela.. queria perder mais do que poucos segundos admirando. É estranho esse ponto de não saber onde está ou para onde vai. Mas na verdade não adianta querer tentar fazer algo a respeito, porque de fato nem sei o que quero. O cheiro ainda paira no ar. Engraçado, têm um cheiro específico, né? Mesmo que não deixe vestígios. De parecer errado.. o quê eu tô fazendo então? Tô nessa.. E é também confuso.. porque ao mesmo tempo que penso que sou algo, têm o apego. O aconchego de abraços quentes, afago, beijos esporádicos de diferentes intensidades. Acontece de forma natural, não sei se dá pra controlar. Acho que só aceitar a efemeridade de cada momento, e também do todo. Uma hora nós dizemos adeus e vamos para outros lugares, outras pessoas, outras experiências. Sendo sincera.. essas trocas de olhares zoam com a vida, né? E então nos levam para uma outra dimensão, de imagens e verdades absurdamente impossíveis (as vezes possíveis). Sempre no lado oposto, as vezes com sorrisos, outras vezes só uma energia que se estabelece mesmo.. e fica, paira, acompanha. Só pensar nesse silêncio como algo natural. Preciso de tempo, você também.
Ai, Phill..
(Só faltou a respiração acelerada e aqueles suspiros de prazer)
((gosto do seu beijo))
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