Tá pingando chuva pela fresta da janela. E entrando esse cheiro fresco, úmido, gelado. Fazia tempo que não chovia. E eu achei que nunca fosse chover. - anda meio difícil de escrever, não por falta do quê, mas por esquecer vogais e consoantes: escrevo parto sem r, escrevo tiara sem i -. Fechei a fresta da janela e agora ficou bem escuro. Escuro, é assim que tem que ser. Pra dormir tranquila, ouvindo os pingos atingirem com força a minha janela. E do ponto para o ponto seguinte, eu mudo de ideia. E também de contexto. Muitos pontos, muitos "daí". Daí eu chego, daí eu cumprimento, daí eu explico com daís, daí eu me despeço, daí eu vou embora. Ouço algo nesse momento que faz parecer como se não houvesse dúvidas. Mas há.. ô se há! E de como uma coisa pode afetar tantas coisas, e pode desencadear outras tantas. Eu me lembro.. Foi há quatro anos, eu também fiz a mesma coisa para tentar, no mínimo, aliviar a dor. Mas foi assim que "aprendi", ou venho tentando aprender.. Então paro para pensar, em todas essas coisas, de amor, - e amor 'tá tão gasto que prefiro gostar - de liberdade, de egoísmo e de "o que estou fazendo com a minha vida?". E não tenho resposta para nenhum dos pontos. Pra mim tá bom, pra não dizer ótimo, da forma como está. Sorrio em lembrar das últimas semanas - viajar sozinha, esquecer do celular, conversas eternas, Esse dia cinza.. tão lindo. Mamãe disse que chuva é bom sinal, e desde então eu sempre acredito nisso. Pra encerrar a semana e começar o fim, só podia parar de chover no domingo.. pra não ter perigo de morrer eletrocutada.
As vezes dá uma vontade de olhar para as pessoas e ficar olhando e olhando e olhando. Digo isso três vezes para não pensar que é mero acaso a repetição das palavras (AF de alguém). Essa junção de PRA + O é intrigantemente sonora. Dá vontade de olhar até ter certeza de ter capturado cada traço e cada textura. Até conseguir ler cada pensamento. Mas realmente.. passa em segundos, se não menos. Eu sempre penso como é, no mínimo, engraçada a forma como as coisas acontecem, e como estamos tão ligados, mesmo que nem ao menos nos conheçamos, por outras pessoas. De conhecer alguém, num lugar aleatório, e essa pessoa estar ligada a alguém que também está ligada a ti. E que se você soubesse, mudaria completamente as coisas.. Mas agora que sei, mudou completamente as coisas.. Falo do cinema. Esse comecinho.. eu estou tentando lembrar de onde é essa sensação. Tenho achado cada vez mais injusto ter de viver por outrem. E então talvez daí venha o meu entendimento e o porquê de finalmente termos nos entendido. A efemeridade das paixões.. talvez seja só não tentar prolongar quando estiver para acabar. Como uma pasta de dente, se economiza para não acabar ela acaba por não fazer o trabalho bem feito. E ela vai acabar. E não penso nisso para viver num conformismo, mas justamente para viver. Dá aquele frio na barriga, sabe? De pensar até que ponto vai acontecer.. mas então vou descobrindo ao longo do caminho, até porque seriam como previsões do tempo. No fim eu acabei nem dormindo.. Mas está bem assim.. Essa baixa autoestima um dia acaba comigo. E aquela forma firme, eu aguardo. Imagens.
Suspiro profundo, antes de trocar mais algumas letras e ter de apagar e reescrever. Eu estou bem, incrivelmente.
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