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terça-feira, 27 de março de 2012

Livros

Escrito em 07 de fevereiro de 2012
Cheguei ontem ainda aqui, e não sei se é porquê é a primeira semana, mas sinto não pertencer a lugar algum. É como se aqui fossem apenas férias, mas como se eu não tivesse um lugar para o qual voltar quando as férias acabassem. Penso nele, a maior parte do tempo. A parte que não penso, é a parte em que estou lendo. Desde que cheguei, tenho lido a cada segundo possível. Ler para mim é como me desligar completamente da minha vida e entrar numa vida desconhecida. Na vida do personagem principal, as vezes até do cachorro.. O meu sistema de avaliação automático e independente, ironicamente, não escolhe o personagem com o qual eu mais me assemelho, mas a um personagem aleatório, que muitas vezes não entendo o por quê.
Não sei bem quando começou, mas os livros se tornaram quase como um vicio, ou talvez um vicio. Seu cheiro, sua aparência, tudo me atrai. E se eu não gostar de um, bom.. eu tenho milhares de títulos a escolher. É claro que ainda não tive a oportunidade de procurar por livrarias por aqui. O calor não me permite. E por enquanto eu ainda tenho um estoque. Mas quando me restar apenas um livro, com certeza estarei desesperada atrás de um novo estoque.
A pessoa amada tinha vários livros antigos, com suas folhas amareladas e páginas cheirando a guardado. Era como um paraíso, e às vezes gostava de ficar deitada com ele, olhando apenas para seus livros. Ele e livros.. Acho que não haveria outra maneira de reproduzir uma combinação tão perfeita quanto essa.
Os livros tem o poder de me desligar do mundo. E se alguém me chamar de lunática, ou dizer que estou tentando fugir da dura realidade, a verdade é que sou e estou mesmo. Porque a realidade é superestimada. Por que não podemos fazer da fantasia nossa realidade? Isso é algo que talvez eu nunca vá entender. Mas se pensarmos, corremos atrás de tudo o que gostaríamos que fosse real. E talvez é isso que me faz chorar menos. Pensar que não nos separamos para sempre, torna a verdade mais branda, e por mais que não seja verdade, quando eu realmente souber que é verdade, a verdade doerá menos. Mas é claro que se eu me encontrar com sua pessoa, fraquejarei e chorarei, e talvez sem conseguir me controlar mais, me atirarei em seus braços e direi repetidas vezes, como fez falta. E é claro que isso talvez seja apenas fantasia da minha cabeça. Porque não se é possível desvendar o amanhã. Mas se minha vida fosse um filme, imagino que seria assim. Talvez um verdadeiro clichê, mas nossas vidas dariam voltas, e um dia ainda poderíamos viver felizes para sempre, ou como os espectadores imaginassem após um “The End” cair bem grande na tela. Enfim, livros.. como eu ia dizendo, tornam tudo real. E depois de ler um livro, você pode até acreditar que sabe voar. Um dia terei minha própria biblioteca..
Sinto não poder postar este e os meus próximos textos logo após serem escritos.. o milagre da Internet ainda não deu as caras.. mas daqui a um mês, creio eu, que tudo estará mais normal. Essa agitação logo me trará uma velhice precoce.
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A esperança em mim não é muito confiável.. Ela pula de alegria e depois me deixa na mão. E o barulho aqui em frente não cessa, mas fecharei ainda mais meu ouvido para o mundo, e então dormirei, indo ao encontro do que não sei bem se é um sonho, por sua beleza, ou um pesadelo, por ser um tanto inatingível.. “Durma com os anjos”

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