O cheiro da sensação de estar com você.
Hoje - úmido, fresco, amadeirado, quente.
Me perseguem imagens. Principalmente seu olhar, de diferentes ângulos. Deitado aí meu lado, de cima enquanto deito no seu colo, deitado enquanto eu passo minhas pernas por cima do seu quadril. Há tantas coisas que eu quero compartilhar. Era o que temia. Querer compartilhar até as coisas mais insignificantes. E ao pronunciar as palavras em voz alta, perceber o quão verdadeira cada uma delas é. E que se tornam mais verdadeiras ainda ao juntar os significados e criar um todo. Fecho os olhos e lembro da textura da pele e calor do corpo. Lembro da sensação de descobrir os traços do seu rosto. Lembro dos dedos passeando pelos cachinhos. Então a cama parece dura, o quarto frio e a cabeça ja não encaixa tão bem no travesseiro.
Numa palavra - medo.
Ou pode ser frio na barriga.
Mas tem a chuva. Veio para indicar o momento certo e tem sublinhado essa afirmação para que eu tenha certeza.
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Sorriso
(interno)
Do que se torna mais belo
A cada vez que se aprofunda.
Que se torna seguro;
Que se torna aconchego;
Que faz sentir;
- ainda que sejam sensações e não sentimentos -
E talvez eu goste mais das sensações.
É mutável.
Sentimento parece estagnado,
como se não pudesse mudar.
Aquele abraço, juro que saí do meu corpo e flutuei por alguns segundos. O silêncio se juntava à conexão que os batimentos cardíacos estavam estabelecendo. ha. Eu senti pulsar algo que é constantemente ignorado e que não se manifesta.
Têm vida.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
AL
Do lado menina.
O momento em que mais me apaixonei: se começar a chover, vamos tomar banho de chuva?
Hoje foi um dia propício a essa saudade que me preenche quando eu vou, quando você vai, quando vamos. Quando adentrei a esse mundo, alheio ao meu, tentava capturar todos os momentos que imaginava que você contemplaria. Falhou: estava ativado para apenas alguns amigos da época do primeiro e segundo. Já faz um tempo que compartilhamos momentos, não é? Não importa se acontecem à distância ou com o calor da proximidade. Um ano depois, lembro bem da tarde das portas laterais abertas - as que me mostravam o céu cinza, encantador, e permitiam a passagem do ar úmido. O cheiro de café que sempre vem nesse espaço. E as músicas que ornam: com os nossos momentos, com as lembranças, com as roupas, o toque da pele. Caramba, eu gosto.. e ao mesmo tempo que tenho incontáveis porquês, não sei o motivo. Vai além da minha racionalidade e facilidade em decifrar ações e pessoas.
Hoje o sol se pôs num azul contínuo e "degradênte".
Consegue acreditar? Há quase uma semana sentou-se atrás de mim.
Enlaçou seus dedos nos meus enquanto eu tentava prestar atenção.
Leve fricção, desliza.
Nesse mesmo lugar, hoje resfriei.
A chuva intensa, pesada. Água batia na janela e respingava.
Fecha os olhos, sente os pequenos arrepios simultâneos na pele.
Na meia luz - e eu gosto tanto. A meia luz do fim do ano que vi nos prédios. Essa meia luz só faz sentido em sua companhia. Porque só fica completa com o seu cheiro, com a sua voz. Têm mais, há muito mais. Acreditando que o último número da minha senha é 9. A forma como puxa o meu corpo para si e me mantém por cima. E como eu sorrio. E dou risada. E me divirto. Eu sinto - de tudo um pouco. Os beijos no topo da cabeça enquanto nos abraçamos, seja na vertical ou horizontal. E o levantar das sobrancelhas ao posar para uma foto "espontânea". O destaque que ganha nossas cores quando estamos lado a lado. O sorriso leve quando te encho de beijos, ou quando simplesmente chego mais perto.
Sinto reticências. Há tanto para falar, mas não sai.
(3, 4, 5, 7)
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Singular
Foram inteligentes. Essa palavra vem à boca sem pensar.
Falarei com o coração. Aquele buraco enorme no peito.
Ontem, com as testas encostadas, quase voltei aos 17 - da época em que eu chorava aos soluços na partida. Eu lembro de tanta coisa. Eu lembro de como se despedia de mim, primeiro tímido, depois me pediu um beijo, depois com o semblante baixo. Na penúltima, com o até logo. Hoje parece que foi o horizonte, o vago do horizonte. Eu lembro das olhadas que eu dava de canto de olho. Dos dedos que até hoje não conseguem se entrelaçar muito bem, mas que quando se tocam me tiram sorrisos. Ali com os rostos próximos eu percebi que dos 16 para cá faz muito tempo. Não precisei fechar o ciclo, ele mesmo o fez. Mas eu, como a apegada que sou, sofro por deixar ir, esse deixar que vai além da minha escolha. Está indo por conta própria. Cara. Eu fui tão feliz, eu vivi, todos os momentos. E talvez por isso tenha sido tão especial, me trouxe vida para momentos que eu considerava natural não ter emoção. (sorriso). A gente se encaixa em tantos sentidos - acho que é a ideia de signo oposto e complementar. Mas sim, tem o oposto. E venho tentado descobrir há quanto tempo o oposto tem se tornado mais intenso. Não sei. Sei que os corpos se atraem de uma maneira inexplicável, mas sem a paixão dos 17. Somos alguéns de intimidade, conhecemos o corpo um do outro. Nos encaixamos. E quando eu deito em seu peito, as vezes ainda luto pra não depositar todo o meu eu, tudo o que eu sou. Não por querer que tome conta de mim, mas porque confio. Porque gosto. Gosto sinceramente. Faz acreditar que ainda tenho algo que pulsa, além do físico e biológico. Mas logo se apaga, somos racionais demais. Então viro para o meu lado da cama, abraço o travesseiro e volto todo o meu eu para mim. Sinto que é daquelas lembranças que não demonstramos reações, mas há o sorriso interno. Talvez uma levantada no canto do lábio. Também nos encaixamos nas sensações, não é mesmo? Nas risadas, nas brincadeiras. Posso te dizer que te odeio, você sabe que é o extremo oposto. Somos talvez quase como irmãos-gêmeos, nos entendemos. Mas.. e sempre tem um mas.. desse nosso acordo só restou você, já não me sinto dentro, integrante dele. Sou qualquer uma, ou mais uma. Sou dessas que você passa horas trocando mensagens pelo celular, sou um ícone, com uma foto estagnada. E enquanto está aqui, sobre essa mesma cama em que deito agora, enquanto adentra ao meu mundo, nada encontra se não um espelho. Antes de você vir, a euforia, a ansiedade da menina. Agora, dessa tecnologia e instantaneidade fico no máximo com os filmes. A sensação exacerbada decorrente da cachaça me atingiu de uma forma peculiar. Não vemos o relacionamento da mesma forma. Então não há culpado, errado ou algo do tipo, apenas dois pontos de vista diferentes. E essa diferença me chateou em alguns pontos. Não só isso. Você se importa muito com o que todos pensam a seu respeito. E eu prefiro me importar com o que eu penso e com as minhas vontades. Vendo pelo seu viés, entendo, mas não pelo meu. Logo, acabou: qualquer possibilidade além dessa amizade desconfigurada a qual pertencemos. E pertenceremos pela eternidade, eu tenho certeza. Agora você está pelas nuvens, passeando contra as leis da gravidade. Possivelmente a fotografar paisagens que admiraremos com sensibilidades distintas. Eu te odeio, no extremo oposto. Meu preguiçoso branco privilegiado. Da sua universitária chata de instituição pública.
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