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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Trapo

Quando o cansaço fala mais alto que a fome é porque tô só o trapo mesmo. Essa pontinha de impulsividade me irrita tanto que.. (eu sempre digo, da próxima vez eu fico quieta) quando vou perceber, estou dizendo novamente. Tá.. tem bastante coisa. Voltei aliviada. Feliz. Mas foi tão rápido que passou que nem vi. Descansei e já cansei tudo de novo. Mas ao mesmo tempo, tudo tá tão confuso. É difícil controlar essas coisas, né? E a maior decepção da minha vida foi ter procurado e encontrado. Há coisas que na mente são mais bonitas, são melhores, são menos falsas. 

Acho engraçado termos de falar sobre o teatro do oprimido, na escola, e a professora ficar de cara fechada porque estamos dando "atenção demais" aos alunos. Que contradição. Daí fico no meio termo, entre o gostar e o não gostar, entre o ânimo e o desânimo. 

Meus dedos estão cegos.. os olhos pesados.. e o dia ainda tá longe de acabar.. Mas tá bom, até que tá sendo divertido.

Queria ser direta e acabar com tudo isso de vez. Esse amontoado de sensações.

Tesão por vozes, quem nunca? Por voces (circunflexo).

Propício.. demais.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Balão d'água

O ruim de todos esses "Até mais" é que não há data pra que o até se torne mais. E as vezes nem tem mais o mais. E quando dá notícias, dá em dobro. Ontem e hoje passaram como um fim de semana, como férias. Entre dançar nua, ficar zonza e deitar no meio da rua. E ficar completamente encharcada, com os cabelos bagunçados e eriçados, na universidade. Universidade.. nome estranho.
Essas imagens vão durar por um tempo.. Tô feliz.

Setembro é sempre caixinha de surpresas. E essas provocações.. Agora é primavera. Deve ter vindo com ela. Tem feito um longo caminho, e vai se intensificando, do olhar para a fala, da fala para o toque, para o cheiro. Só queria uma memória suficientemente boa para recordar uma, quatro, dez vezes as imagens. Todas. Mas o mais nem sempre é mais, e o mais pode enganar. E se tornar menos, menos e menos. Tô com sono.


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Chá com leite

Três letras. Definitivamente não dão conta desse turbilhão. Quando algo termina, algo que gostamos muito é até redundante dizer que fica o vazio. A chave na porta, abre a porta, fecha a porta. O rosto virado e cabeça baixa. Cruza os dedos, escadas. Abre a porta, o som da porta se fechando. Abre a porta, repara no amasso acima da altura. Porta batendo. Passos. Passos. Passos. Silêncio que guarda todas as palavras que queriam sair pela boca, desordenadas, um emaranhado de palavras, lembretes, memórias e pedidos. Descruza os dedos. Abre a porta, fecha a porta. O chá ficou na mesa. Esfriou até. Chá com leite, feito picolé. 

O óculos embaçado e eu nem me importo. Pelo contrário.. queria ele embaçado todos os dias. Esse ritual de limpar-embaçar-limpar. Até porque a melhor visão está na junção de todos os sentidos. As vezes é tato e olfato. As vezes é apenas audição, quando sussurra em meu ouvido e eriça todos os pelos ao redor. 

Desses detalhes pequenos. O som dos pássaros, as árvores que crescem juntas. Cada flor amarela que cai e forma um tapete gigante. Os poros do rosto, o capricho. A sombra e o silêncio que agora acompanham. A flor que encontrei na escada, cheiro de lá. Queria ser forte pra aguentar, mas sustentar tal decisão também exige uma força que estou procurando. Porque ameacei abrir a boca e me contradizer e desejei que tais palavras nunca tivessem sido ditas. E, no entanto, foi embora e voltou o vazio. 

E se a música toca.. e se me chama pra dançar.. e se eu danço colada com os olhos marejantes. E se acompanha o vinho ao fazer a janta e antes de jantar. E se o vento bate em frequências e intensidades diferentes. Continuam em reticências, esperando por voltar. E fazem parte das minhas melhores lembranças. 

Eu odeio todas essas formas de comunicação. Distancia cada vez mais. Distância mais. Meio que cansei. 

Agora o fim. Três letrinhas que deixam rastros de mil alfabetos, em mil línguas. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Vai casar?

Acordo de sonhos demasiadamente enérgicos. Talvez meus olhos tenham se revirado algumas muitas vezes. Vendo de fora é perturbador, mas por dentro é bem mais. Mesmo assim eu insisto em colocar mais 10 minutos no despertador, pra ver se volto a sonhar. Pra ver se volto a deturpar a realidade. Uma hora depois, acordando a cada 10 minutos, eu decido desligar o despertador. Ligo música. E começo a relembrar: Ontem.. Há dois meses atrás.. Aquele olhar. E só por isso. Volto pros sonhos da madrugada. Têm 3. Saudade repentina. Vou falar-lhes, sem ter o que falar. Falhar. Mas as vezes me pega de surpresa, tipo hoje. tipo. Tipo. TIPO. Tem um mundo tão grandão e a gente se fecha. A gente tem essa mania, né? Isso é meu, isso é meu e isso também. E aquele e aquilo e tals. De repente minha lua em áries começou a fazer sentido. E já fazia. Fazia há um tempo. 

O texto é justificado. Concordo: preciso meditar.