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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Medo

"A nossa amizade não é como a lua que apesar de linda muda de fase.. mas como o céu que além de lindo é infinito.."

Sabe, quando eu pensava que ia acabar, começou de novo.. e então eu chorei mais.

E aquela semana foi a semana da choradeira. Depois da notícia choramos a manhã inteira, até sairmos de lá com o nariz todo vermelho, quase o rosto inteiro. Eles fizeram cada coisa, se eu não soubesse que era amor, acharia que apenas gostavam de me ver chorar. Não sei ainda se tudo passou. Um ano e um mês e tudo ficou diferente. Quando estou totalmente atarefada, passa por vezes despercebido, mas quando paro, doi tanto quanto aquele último dia na pizzaria, ou como o dia em que apareci de cabelo nas orelhas. Doi tanto quanto o dia em que nos encontramos pela última vez no shopping, com as cartas e os doces. Doi tanto quanto a ausência de cada um daqueles abraços. E por mais que esse um ano longe tenha sido incrível. Teve um espaço que nunca mais foi completo. É difícil ver um vídeo e perceber que eu não entendo as fotos do último 1/3 dele. Os sorrisos que estão lá, eu não entendo. Por mais que me expliquem, eu não sentirei a mesma coisa. De cada falha ou brincadeira. Ainda tem um vazio aqui dentro que já não mais será preenchido da forma como era antes, por que eu não consigo entender? Tenho vontade de gritar, mas o grito se aproximaria da raiva. Se for raiva, é raiva de não ter estado presente? 

Eu lembro das ruas por onde passávamos para ir a praia. E pelo caminho, eu nunca ficava perdida. Quando não estava com um, estava com outro. Nós nunca estávamos sozinhos, porque um sempre estava perto do outro, não importa o que acontecesse. Agora não, por vezes estou sozinha, assim também foi no ano passado. A minha medida batia com a deles. Não num sentido literal, mas sim, éramos todos feitos um para o outro. Vocês continuam se vendo, mesmo que com menos frequência. Se não o fazem é por escolha. Quisera eu ter o poder de optar. E eu optaria sempre pelo sim. A distância me mata junto a essa saudade que me sufoca. Eu ouvi dizer que não há espaço. Eu não quero perdê-los, mesmo que aos poucos já esteja acontecendo. Eu não fui uma boa amiga naquele dia especial. Eu não respondi àquela mensagem. Eu não sei o que dizer quando nossos cotidianos e nossas vidas estão tão dispersas. Mas eu sinto tanta falta. Tanto a falta. Dele zoando com os erros de português. Delas falando sobre comida. Deles com suas músicas. Sinto falta daquelas janelas enormes e o tablado de madeira. E a sensação que eu tinha ao abrir a porta do laboratório e vinha aquela temperatura fria.

"Now we're saying goodbye. Don't want to miss you tonight.."

Os tapinhas na bunda. hahahahahaha eu acho que carrego essa mania que peguei de você até hoje. Na verdade, essa sou eu porque esses éramos nós. Eu vi a diferença dos sorrisos em cada foto. E em 100% das que eu estou com vocês eu sorrio, mesmo que séria. Lá dentro tudo estava bem e por isso, por fora não havia necessidade de um sorriso. Quando qualquer coisa acontecia, era aí que eu encontrava apoio e refúgio. No silêncio, nas palavras, em cada abraço, eu lembro de tudo, vejo mais nada. Fica mais difícil pensar com exatidão. Em qual dia foi? O dia estava nublado ou ensolarado?

"Cause you are my heaven.."

E aos domingos ou aos sábados, era uma hora me arrumando. O frio na barriga. Eu já não consigo ver muita coisa também. A voz é baixa e rouca, distorcida. O perfume já não existe na memória. E o rosto que eu tanto me esforçava para gravar, foi o primeiro que desapareceu. O que havia para doer tanto por mais de um ano? O tempo passa devagar quando se combina a isso.

Tudo é nostálgico. As variações da iluminação do dia, cada uma me lembra uma coisa. As músicas, as manias, as fotos, os cheiros. E quando não é nostálgico, é ausente. Por vezes não há a presença, por vezes não há sentimento. Não adianta querer voltar e vendo por hoje, fiz bem com o destino que me foi proporcionado. Mas não tenho como fingir que não doi. E quando doi assim, meu dia fica pesado. Não adianta falar assim, nem por telefone, nem por cartas.. eu queria pessoalmente. Escutar aquela risada de novo. Os abraços. Aquele sorriso que eu conseguia tirar de vez em quando.  Distantes..

Esse é o meu medo.

Sei que não mudará o fato, mas é como se eu dividisse isso. Um pouquinho pra cada um e eu fico mais leve.

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And I won't give up on us.. even if the sky gets rough.." a voz trêmula não é metade do turbilhão que eu sinto quando penso em vocês.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Los(t)s

Estou preocupada, ando pensando demais em muitas coisas.. algumas delas nem se referem a mim, mas estão ligadas de alguma forma. 

E nos indagamos, o que estamos fazendo?

Como num fim de sorte, dei um mau jeito no tornozelo ontem, somente para variar. Somente porque eu pensei "não preciso de atadura, estou indo bem". 

Relampeia agora, ou talvez seja algo da minha imaginação. Ouço pingos de chuva também, mas podem ser apenas reflexos da luz e do fone soando músicas num volume elevado. São músicas que me lembram de um período do ano passado do qual não estou bem certa. De qualquer forma me veio aquele sentimento de nostalgia e saudade. 

Saudade..

O meu ponto mais fraco. Ver que os meus melhores amigos já estão distantes.. Que não será a mesma coisa, jamais. Quando o tempo passa, restam apenas alguns sorrisos na memória. Sabe-se que existem, mas já não se pode vê-los. Aquelas manhãs, aquelas sextas, agora cada um com a sua vida. E tem mais uma coisa, tem mais duas coisas na verdade. Tem um sem sinal-ausente, tem um indecifrável.

Mas eu me sinto tão feliz, uma pena essa felicidade não ser constante. Há horas em que me pergunto o porquê, o motivo de todas essas coisas. Por que estou aqui? E se eu estivesse lá? Não importa onde lá seja. E não que eu não goste daqui. Muito pelo contrário. Eu encontrei alguém que as vezes até assusta, o modo como parece que fomos feito um à medida do outro. Mas é egoísta e injusto querer que ele esteja todos os dias ao meu lado e só para mim. E eu me sinto mal por isso. E eu sinto não ter ainda me encontrado em lugar algum quando lá eu tinha um espacinho apenas meu dentro e cercado de pessoas que eram perfeitas para mim. De jogar pipoca e deitar no tapete, de cantar e dançar, de sair pra tomar sorvete e apenas isso. Talvez eu seja careta, talvez eu seja criança, mas não existe outra Kemmy se não essa.

Depois daquele "centro flutuante" tudo o que eu quero é respirar fundo, mas algo bloqueia. Não sei como resolver esse algo. As batidas, don kon, fecho os olhos e ouço a flauta, a chuva que eu havia pedido há uma semana vem, num dia em que meu coração já está apertado e que é fácil derrubar o resto do muro que o cerca. Batom vermelho, isso não sai da minha imaginação.

Eu não quero lágrima alguma percorrendo meu rosto. Após o pesadelo e o palpitar rápido do coração, o dia amanhece e apaga as cenas. Mas talvez as cenas daquelas manhãs, daqueles passeios, das praias sejam mais aterrorizantes, porque um dia foram verdade. Os olhos se inundam, mas afogam tudo e exprimem mais uma vez o sentimento que não sou capaz de decifrar. Só mais um dia e o próximo será melhor. Visto a capa e tudo fica bem.

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E mesmo se de uma hora para outra eu ensurdecesse, essa música soaria com todas as batidas e toda a harmonia em minha mente, em meus ouvidos e em meu coração..