Está para completar um ano desde que você se tornou especial. Passou por várias fases. Eu lembro que fazia frio, e na primeira vez, eu usava meu moletom. Lembro como me elogiava, lembro como era dinâmico com as palavras, lembro como o tempo passava depressa a cada conversa. E eu ansiava por cada fim de semana, e esperava até as duas por você. E por vezes você não aparecia, ou aparecia 10, 15 minutos depois de eu ter saído. Mas quando aparecia, meu coração até saltava. Eu gostava de me imaginar indo em sua direção. Eu gostava de sonhar com seu abraço, e criar expressões em minha cabeça das quais não havia vestígio. Eu me apaixonei pela forma como escrevia, principalmente o "tu" devidamente conjugado e as colocações pronominais impecáveis. Quando nos víamos, por estar escuro, seu olhos e arredores ficavam negros. Eu vi seu cabelo curto ficar comprido e curto novamente e nesse mesmo ciclo por um número considerável de vezes. Eu contei os dias pra te encontrar. Eu fiquei nervosa, eu quase desisti. Mas foi uma das minhas melhores experiencias. Eu me apeguei levemente.. mas isso passou, logo que perdemos um pouco o contato por nossos cotidianos extremamente carregados. Eu confundi coisas, nós decidimos parar com qualquer ligação alheia a amizade. Não deu certo. Mas dessa vez, com uma pequena convivência, não foi apenas uma brincadeira.. Acabou se tornando verdade. Escutar sua voz, ver seu sorriso, seus soquinhos no meu braço, cutucões, tudo acabou se tornando necessário. E o que é necessário, obviamente, quando não está a disposição, faz falta. Passar horas conversando e apenas isso, segurando a vontade de lhe beijar, olhando em seus olhos até todos irem embora e literalmente restar apenas eu e você. Seu plano para fugir do alcance das câmeras, a vontade de ficar quando eu dizia "meu pai chegou" e você perguntava "já?". Sua casca protetora, seu silêncio distante, algum dia ainda gostaria de compreender. "Nosso" instrumento e a lembrança eterna dele, que me fez chorar e soluçar no partir do ônibus. A falta do seu perfume no meu braço direito - o que enlaçava primeiro o redor do seu pescoço. A distância nunca será mais forte que o sentimento.. mas é capaz de sufocá-lo. Eu sinto de verdade, não porque havia algo a ser terminado, mas por pensar no que poderia ter sido. Por pensar que alguém terá a sorte de chamá-lo "meu". Por dizer "eu te amo" quando já não se pode mais e descobrir que é recíproco. É apenas um sentimento. Mas afinal, o que seria de alguém sem um sentimento. E dessa forma, o sentimento é a maior essência de qualquer ser. Não acho errado agir pelos sentimentos, da mesma forma penso sobre a razão. Então não sei o que é certo. Mas tentei agir pelo certo. Continuarei amando, preocupando-me, lembrando-me, mas de uma forma que não perfure meu coração. Uma pessoa incrível e inalcançável. Eu estarei sempre por perto. E sempre haverá algo especial. Pois eu o amo. E eu o quero bem.
----------------------
E então, eu, que pensava que lágrimas eram passado, me vi com olhos borrados. Rímel derramado no percurso e trajeto de cada lágrima. Foi um choro silencioso. E um dos mais dolorosos e agonizantes. Eu não odeio estar aqui, mas eu odeio estar longe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário