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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Apanhadão

Sobre a experiência de estar em mim nos últimos meses. De estar realmente em mim.

Tem tanta coisa que nem dá pra falar direito. Mas a fim de registrar, nem que seja uma fagulha.

- sem ordem cronológica -

A paz de acordar cedo, tomar um chá com leite e ler despretensiosamente. Ler por vontade, não por obrigação. Fazia tempo que isso não acontecia.

Das coisas que surgem devagar, ainda que tão rápidas. Quando você percebe, está em ti, impregnado. Da leveza dos relacionamentos: pular na cama, esquecer do celular, cantar muito alto, pegar um ônibus pra visitar a amiga, andar de braços entrelaçados com a mãe,

Anteontem, num dos mundos, antes e depois do cinema, a cidade estava molhada da chuva.
-10 de janeiro de 2016
Peguei carona com um moço bem bonzinho que me deixou em casa, porque estava chovendo. Eu vi a cidade a noite brilhando da chuva e me apaixonei. E nesse instante pensei em você - sob os efeitos do "como será", da ansiedade interminável e agonizante, minha vontade era te ver, te conhecer, naquela noite mesmo. Mas o quarto estava bagunçado e eu teria uma prova na quinta. Depois disso nunca mais choveu, e eu achei que nunca te veria num dia de chuva

-Anteontem
Enquanto caminhava agarrada ao seu braço pela cidade, linda sob o efeito da chuva, lembrei que me pareceu impossível, e de como tanta coisa mudou. Se for parar pra pensar eu não sei, de fato, quando começou a acontecer.. nunca planejei. Fico pensando se do signo gostamos de coisas que parecem impossíveis. E se elas acabam depois que atingimos. Mas ao mesmo tempo é tão leve e ao mesmo tempo tão intenso que me faz acreditar nalguns momentos que nunca vai acabar. Olha só, dia 10 está muito mais impregnado de significado do que imaginávamos. E falando nele, ontem comemoramos: rindo, comendo, conversando sem parar, cheia de amor no peito - e no corpo inteiro. Quantos beijos seriam necessários para conseguir mostrar o quão bom é, para mim, estar com você? Faço a menor ideia, só sei que seriam muitos - MUITOS.

Gosto disso, sabe? Da troca constante, do quanto aprendo, do quanto me incentiva, das conversas, dos sorrisos, da segurança - ainda que haja momentos em que sinto um ciúme das profundezas, mas faz parte, da confiança, da liberdade, do respeito. De como cada coisa ganha significado, não pelos "inhos", mas pela veracidade. Do sério e da zoação. De nós dois, deitados na cama lendo. Gosto das imagens que me proporciona, muitas vão ao encontro das minhas, muitas extrapolam minha capacidade de imaginar e isso é ainda melhor. O tempo tem sido perfeito.

Ainda não sei depois, mas fico feliz por estar conseguindo ficar no presente, mesmo que por poucos instantes. Tantas discussões, tantas conexões. Acho que levei "os tapas do espirito santo", rs.  Caramba, tinha tanta coisa pra falar sobre isso, mas foi com os momentos - a efemeridade.

As vezes há vida.

O meu espaço, por vezes inabitado, procurando outros espaços para habitar. Insuficiente, eu.

Tem algo que me irrita demais: impossibilidade de pensar fora da casinha. Ego que cega. Necessidade de estar certa o tempo todo. Daí como discutir se for só para falar? Não quero ser hipócrita, então me incluo e me vigio. Reflexão distanciada as vezes ajuda.

Nossa, eu queria vomitar essas sensações. Não porque são ruins, pelo contrário, são incríveis. Mas dá uma agonia não saber ao certo de onde vem, o que é, para onde vai. Daí fico nessa de ouvir música aleatórias, sentindo coisas aleatórias, tendo imagens aleatórias. Por exemplo, agora, nesse momento, estou numa cabana de madeira, tem luzes coloridas e está frio pra caramba.. olhares, toques, coração saltando, perfume quente.

Sem frufrus: - ganhei uma festa surpresa - e foi surpresa de verdade;
                     - fui visitar a Giu em Campinas com a Lia - muitas lembranças, muitas;
                     - tô animada e feliz por estar aqui, as coisas tem feito sentido.

Da plenitude: não falta e nem sobra, encaixa, se entende, balanceia..

Em mim, experienciando.