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terça-feira, 22 de julho de 2014

Leftwich

É engraçado como eu desejo que o tempo não seja esse algo sistematicamente invariável. As vezes eu quero rápido, as vezes devagar. A minha bagunça permanece imaculada sobre a mesa. Ter mudado de cômodo pode ter mudado a visão e a inspiração, mas a música é a mesma, as lembranças são as mesmas. Lembranças antigas vão se misturando. Aquele medo que eu tinha de não lembrar, de fato não lembro, mas não tenho mais medo.. não sei bem diferenciar, separar os momentos.. sei apenas que aconteceram, essa mistura de vidas, das minhas vidas marcadas por outras pessoas. O tempo passa contrário aos meus desejos. Quando sinto fome, demora. Demora mais quando penso. Demora ainda mais quando penso que não deveria pensar. E dessa forma, quando estou com aqueles que são especiais.. já falei disso tantas vezes, mas voa.. voa e vai parar num lugar longe do meu alcance. Apesar da inflamação, mas muito por ela, se estendeu e mesmo assim voou. Agora sou eu pedindo "olhe para mim", "olhe tão fundo que será possível identificar", eu grito 'socorro' para poder seduzir e matar, ou pelo menos tentar. Ninguém entenderia o meu não entender. Algo tão físico a ponto de separar, não é possível que não seja concreto, tocável. Assim compacto, massudo, espremido, cheio de transbordar e não ser percebido. É um "caqui entre tomates". Não consigo diminuir o volume e só me é útil na rua. Um pote de iogurte.. tudo para relembrar, para reviver mentalmente. Para falar a verdade, eu ainda me pego pensando se é real. Cada detalhe.. verdadeiro, único. Minha mandíbula desloca, quando não consigo dormir meu ouvido coça, meu cabelo me pinica. Eu realmente não sei o que eu deveria estar fazendo.. em outras palavras, estou perdida.. Mas eu me encontro.. sempre me encontro.. mesmo que seja para me perder outra vez. A escrita vai conforme a música, assim como naqueles exercícios de liberdade. Das 22 em diante é uma. Essa noite e para sempre.